Não há nada mais atual do que movimentos relacionados ao consumo consciente e sustentabilidade. Por isso, o slow fashion, um movimento da moda que surgiu baseado nesses conceitos, segue firme e forte e as marcas que aderem a esse modelo estão reinando na simpatia dos clientes.

A era do Slow Fashion

slow fashion propõe um modelo de produção que valoriza quem faz, valoriza os processos, respeita o tempo real de produção e a cultura local. Este se contrapõe com o modelo do fast fashion, que para vender maior quantidade em um curto período, incentiva uma rápida produção em grande escala, geralmente sem valorizar processos, saberes locais e até desrespeitando o meio ambiente e as pessoas.

Em que contexto ele surgiu?

O conceito surgiu com o Slow Movement, que deu início primeiramente ao slow food na Itália. A pesquisadora inglesa Kate Fletcher, em 2007, foi a responsável por trazer o conceito para a moda propondo um movimento de mudanças sistêmicas, no qual a valorização dos processos e pessoas fossem resgatados.

A principal preocupação do Slow Fashion é o design, que busca aumentar o ciclo de vida do produto, produzido com tecidos menos agressivos ao meio ambiente e com tingimento natural. O termo ficou conhecido em meados de 2004 através de um movimento que promove consciência socioambiental, um sistema embutido em produções transparentes e com menor espaço entre produtor e consumidor. Nesse sistema, o modelo de indústria Cradle-to-Cradle – C2C ou “do berço ao berço” – disponibiliza vestuário que, ao invés de ser posteriormente descartado, volta para a indústria para ser reaproveitado. É crescente, também, o número de brechós on-line, comercializando roupas de boa qualidade e por preços acessíveis.

Essa mudança de paradigma no sistema de produção Fast Fashion implica impactos econômicos, mas não drásticos. “O maior impacto seria na redução dos lucros excessivos para os grandes magazines”, “deveria ser implementado o respeito pelo custo real do tempo de produção, uma melhoria na qualidade do produto, no ganho de produção em massa e uma revisão no formato de marketing promocional, visando à redução de custos”. Como consequência, menos produtos estariam disponíveis no mercado, porém com melhor qualidade, maior ciclo de vida e preço mais justo. “Os produtores teriam seus retornos financeiros reais pautados na venda de menor quantidade, porém, de valor um pouco maior, mantendo o retorno financeiro sem exploração. O consumidor teria produtos menos efêmeros, e eu acredito que esse seria o equilíbrio”.

Slow Fashion na prática

Aderindo ao conceito.

 Dar valor ao produto é o primeiro passo. Questionar tanto sobre quem as fez (e em quais condições), como sobre as matérias-primas, processos e modelo produtivo. Quanto mais soubermos sobre a história da roupa, mais poderemos entender o quão transformadora esta peça foi nas vidas das pessoas em que passou. Isso precisa ser repassado de alguma forma para o consumidor final, pois ele quer sentir essa experiência.

Um outro ponto importante é saber cuidar, ou seja, o tanto que você lava, como lava e o sabão que usa impacta diretamente no ciclo de vida da roupa.

Formatando na coleção um guarda-roupa sustentável.

No mundo já existem roupas suficientes para anos e você precisa vender! Portanto, caso fabrique algo novo, opte por uma peça de qualidade, com uma bela história, que durará anos e realmente é especial, tanto para quem fez, como para quem usará. Roupas atemporais são de comercialização mais fácil e comportam um valor agregado mais alto.

Solidificando uma marca sustentável.

A transparência é um caminho para sabermos mais sobre os processos, práticas e políticas de uma empresa, mas precisamos entender que é muito mais complexo definirmos uma marca como sustentável ou não. O conceito sustentável precisa constar na essência da empresa, ai sim, a empresa conseguirá levar isso até o consumidor final.

Práticas fundamentais do Slow Fast

  1. Evite os tecidos de fibras plásticas.
  2. Cuide da durabilidade das suas peças.
  3. Aposte na reutilização.
  4. Faça escolhas de moda conscientes.
  5. Priorize marcas responsáveis e locais.
  6. Invista nos brechós.
  7. Dê o descarte adequado às suas roupas.